Agora estou me sentindo muito bem. Por isso me permito colocar os versos de um revolucionário logo abaixo. De um amante da vida. De alguém que viveu sua vida enquanto a quis. Não da vida cor-de-rosa, mas da vida como ela é (Nelson, Nelson...) em sua dimensão trágica, mas ainda sim afirmativa. Exemplo do que são Frugalidades Estéticas: pelo simples, corriqueiro, mostra a beleza da vida, mas também o sublime, o grotesco... enfim, uma estética da vida! Quase um "nietzschiano", não fosse pelo seu final. Maiakóvski...
(Poucos percebo tão vivos na escrita. Outro que já prestei homenagem por esta característica foi Charles Bukowski, veja post aqui. Mas também temos o Pessoa, Ferreira Gullar, Hilda Hilst... aos poucos coloco alguns para vocês).
DEDUÇÃO
Vladimir Maiakovski *
Não acabarão nunca com o amor,
nem as rusgas,
nem a distância.
Está provado,
pensado,
verificado.
Aqui levanto solene
minha estrofe de mil dedos
e faço o juramento:
Amo
firme,
fiel
e verdadeiramente.
*Wladimir Maiakowsk, 1893-1930
Veja este também:
E então, que quereis?...
Maiakóvski
Fiz ranger as folhas de jornal
abrindo-lhes as pálpebras piscantes.
E logo
de cada fronteira distante
subiu um cheiro de pólvora
perseguindo-me até em casa.
Nestes últimos vinte anos
nada de novo há
no rugir das tempestades.
Não estamos alegres,
é certo,
mas também por que razão
haveríamos de ficar tristes?
O mar da história
é agitado.
As ameaças
e as guerras
havemos de atravessá-las,
rompê-las ao meio,
cortando-as
como uma quilha corta
as ondas.
(1927)
Quer saber mais sobre ele? Clique aqui e vá para o ótimo Releituras! (Também tem lá o "E então, que quereis?")
Um comentário:
Post mais desta forma, viu?Bom saber que se sente bem!Seu blog é muito bom e é você!!
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