10.12.05

Bonner, Homer, Homem de hoje...

Aqui não é um blog de mp3, vivo repetindo isso por aí... então, prá fazer valer o que digo :) estou postando matéria e discussão que tomei contato através de um querido amigo "da época da faculdade" e que sempre contribui para o Frugalidades de forma anônima. Ele nos trouxe desta vez uma crônica (supostamente) publicada na "Carta Capital" sobre um dia corriqueiro nos bastidores, na edição do JN (Jornal Nacional)...

Veja o que ele escreveu:

"A Globo é, de fato, o lugar onde se constrói, pacientemente, a cronificação da burrice nacional. Dizem que eu exagero e que eles são tecnicamente muito bons. São mesmo. Mas isto não pode me impedir de compreender o que é este império perverso...
O projeto Globo, a meu ver, sempre fêz parte da "Arte de reduzir as cabeças"... ( quem ainda não leu o último do Dany-Robert Dufour, aproveita e pede de presente de Papai Noel, com certeza será uma ótima leitura neste momento lulabuzado...)
Vejam vocês o que nossos colegas da USP "descobriram" ! Apesar da Carta Capital ser o Pravda do PT, no caso merece atenção a notícia...
Hoje à noite tem mais...
Valeu,
Fabiano
"


E em seguida encontrávamos o texto. Sempre leio mensagens que chegam por mail com certa ressalva, pois autoria e internet não combinam... mas como chegou-me através de indicação de amigo... resolvi checar :)

Resultado: veja abaixo a reportagem que gerou tanta discussão:

"
DE BONNER PARA HOMER: editor-chefe considera o obtuso pai dos Simpsons como o espectador padrão do Jornal Nacional" (Carta capital - 07 de Dezembro de 2005 - Ano XII - Número 371 )

Na novíssima reportagem, depois muito se discutir por aí, podemos ver - acho eu - uma espécie de "direito de resposta" e conseqüente "tréplica". Veja abaixo:

"
SOBRE HOMER: Personagem dos Simpsons cria polêmica entre editor-chefe do Jornal Nacional e professor da USP" (Carta Capital - 14 de Dezembro de 2005 - Ano XII - Número 372)

E um e-mail para um pequeno grupo não parou num e-mail. As pessoas começaram a se mobilizar. Estamos com algumas respostas e espero que as opiniões aumentem. Mas não deixei de emitir a minha, que disponibilizo para vocês no intuito de gerar aqui também um bebate.


Caros,
como o Fabiano não deixou explícito, ao menos para mim, sobre a veracidade da publicação, resolvi correr atrás da notícia para saber se não se tratava de mais um hoax que a internet espalha por aí...
(...)
Engraçado, preocupante, ou mais um toque de limão na mídia brasileira? Pensei como seria interessante se o ladrão que assaltou a residência do Bonner e da Fátima tivesse conseguido atirar... :)


Depois pensei melhor... cada país parece ter a Globo que merece...
Mas isso abre discussão para a delicada área de debates sobre a criação de conselho regulador para o jornalismo. Como estabelecer critérios éticos para o trabalho do jornalista? Uns se apressam em dizer que o quarto poder só o é, só se sustenta enquanto tal por essa falta de regulação. Por outro lado, não estamos lendo estas matérias exatamente por isso? Por dependemos de um Hommer... digo... de UM Bonner para decidir sobre o cardápio de matérias que degustaremos no início da noite? Não foi este o estarrecimento dos professores da USP?

Não sei se eu viajei demais, se eu simplifiquei demais a questão, mas fiquei como os professores... e disponibilizei matéria e comentários no meu blog.

Abraços a todos,

Pude ler mais detidamente agora a resposta do Bonner e concordei com ele em uma coisa: trata-se de uma questão ética sim (como apontei acima)! Se implica o professor e o incita a sustentar o que disse à revista, por outro, implica toda a redação do JN, e se alastra como rastilho de pólvora sobre a mídia televisiva brasileira: como estão sendo preparados os telejornais que efetivamente "constróem" a opinião púlbica? A "transparência" exigida pelo mundo contemporâneo, que vai da medicina ao direito, passando pelo público e o privado não se aplica ao quarto poder?
A essas perguntas não acharemos resposta no JN de hoje à noite....

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